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21/04/2020

Como podermos "ver" moléculas? Cistalografia por raio-X, Ressonância Magnética Nuclear (NMR) e espectro infravermelho (Livro Clayden: Capítulo 3)

Isso é apenas um resumo do livro Organic Chemistry dos autores Jonathan Clayden, Nick Greeves e Stuart Warren, mas é muito melhor você aprender o conteúdo direto no livro, pois lá você pode ver os espectros e tem uma explicação mais detalhada dos gráficos gerados em cada técnica laboratorial. Essa postagem ainda será melhorada.
Mesmo que você não saiba bem inglês, use o resumo dessa postagem para entender o livro e aprender a interpretar espectros.

Cristalografia por Raio X para sólidos cristalinos
Pela difração de raio X nos sólidos cristalinos podemos descobrir o formato (comprimentos das ligações e ângulos das ligações entre os átomosdas moléculas. Entretanto, como os hidrogênios são muito leves para a difração de raio X, eles não podem ser percebidos por essa técnica e devem ser inferidos. A cristalografia por raio X requer habilidades especializadas e a determinação das estruturas demora muito tempo.

Vídeo interessante sobre raios-X e difração:

Espectrometria de massa
*Por impacto de elétron: a molécula é bombardeada por um elétron que bate em uma ligação fraca, deixando o um elétron desemparelhado e uma carga positiva. O elétron perdido é externo ao átomo e tem energia relativamente alta, mas geralmente não está envolvido em ligações, como os elétrons livres. Essa espécie instável (cátion radical) é acelerada em campo elétrico e direcionada para o detector de massa do íon. A detecção é feita pela distância do íon sobre o campo elétrico. Como às vezes íons se fragmentam antes da detecção desejada, só nos interessa o íon mais pesado observado, pois provavelmente ele ainda não se fragmentou.
*Por ionização química: bombardeamento do NH3 com elétrons para formar o gás NH4+ com a transferência de prótons formando um complexo carregado que pode ser acelerado em um campo elétrico. A massa observada é M+1 (onde 1 é a massa do hidrogênio) ou M+18 (onde 18 é a massa do NH4+). Também pode ser feita por eletrospray de espectrometria de massa, cujo substrato do aerossol possui sódio (M+1 ; M-1 ; M+23, onde 23 é a massa do sódio) são as massas observadas no espectro.
*Detecção de isótopos na espectrometria de massa:
Os isótopos 35Cl e 37Cl existem na proporção de 3:1, logo a massa média do cloro é 35,5.
Os isótopos 79Br e 81Br existem na proporção de 1:1, logo a massa média do bromo é 80.
1,1% dos carbonos são 13C e não 12C que é o mais presente e mais conhecido. O 13C pode ser detectado na ressonância magnética nuclear. Já o 14C é um isótopo radioativo, logo instável, mas que é utilizado na datação por carbono na biopaleontologia para determinar a idade de fósseis, por exemplo.
*Espectometria de massa de alta resolução: determina a massa molecular em uma tabela. Como o carbono faz quatro ligações, o oxigênio faz duas ligações e o enxofre faz duas ligações: C, O, S fazem ligações pares. Entretanto, o nitrogênio faz três ligações, ou seja, um número ímpar de ligações. Como precisamos ter dois átomos fazendo ligações, se tivermos apenas um nitrogênio, uma ligação ficará sobrando. Então, quando temos um número ímpar de nitrogênio (para dar o par da ligação que sobrou) precisamos de um hidrogênio (que faz uma ligação). Se tivermos um número ímpar de nitrogênios, precisaremos de um número ímpar de hidrogênios.

Ressonância Magnética Nuclear (RMN ou NMR em inglês)
Detecta núcleos em diferentes ambientes.
Os átomos 1H e 13C possuem propriedades magnéticas e o spin do núcleo pode apontar em uma direção alinhada ou contra um capo magnético dependendo da força do campo magnético e das propriedades do próprio núcleo. Quanto mais forte o campo magnético, maior será a diferença entre os dois alinhamentos.
*RMN usando ondas de rádio: Os núcleos 1H e 13C tem dois níveis de energia (um mais estável e outro menos estável). As ondas de rádio mudam os núcleos de baixa energia para alta energia. Ao desligar o pulso de rádio, o núcleo volta ao baixo estado de energia, liberando uma energia que é detectada. A máquina de RMN funciona dissolvendo a amostra em um tubo e colocando-a em um forte campo eletromagnético, o tubo gira por uma corrente de ar para limpar as impurezas. No campo eletromagnético, qualquer núcleo com spin tem diferentes níveis de energia. Um curto pulso com energia de rádio frequência é irradiado, perturbando e equilíbrio entre os níveis de energia, pois alguns átomos absorvem essa energia e não promovidos a níveis mais altos de energia. Quando o pulso acaba, a radiação sai, o núcleo volta para um baixo nível de energia e a energia liberada é detectada.
Cada núcleo é rodeado por elétrons que em um pequeno campo magnético gera uma pequena corrente  que, por sua vez, gerará seu próprio campo magnético que irá se opor ao campo magnético aplicado, fazendo um escudo contra o campo magnético externo.
Mudanças na distribuição dos elétrons em volta do núcleo afeta a frequência que o núcleo ressona e a química da molécula naquele átomo.
A escala utilizada tem o silício Si(CH3)4 , chamado TMS, como referência, pois ele é muito rico em elétrons e possui um bom escudo, sendo utilizado como padrão TMS=0ppm. É medida em shift (δ): frequência da amostra menos a frequência TMS dividido pela frequência TMS. A unidade de medida utilizada é parte por milhão (ppm).
Átomos (13C)
ppm
TMS
0
C – OH
57,8
C – CH3
18,2
C = O
200-150
C = C
150-100
H3C – OR
100-50
RCH2 – OR
100-50
H3C – R
50-0
R’ – CH2 – R
50-0


Espectro infravermelho
Usado para identificar grupos funcionais. O infravermelho (λ=10-100nm) faz o esqueleto carbônico vibrar, esticando e relaxando as ligações. Algumas ligações esticam, independente do resto da molécula, evidenciando átomos mais leves ou mais pesados e grupos funcionais que possuem ligações mais fortes ou mais fracas que as outras próximas.
Ligações fortes e átomos leves vibram mais rápido, ou seja, tem maior frequência. A energia capaz de passar pela amostra é plotada como referência.

Ligação
Frequência (cm-1)
C – 1H
3.000
C – 2H  (deutério)
2.200
C – O
1.100
C – Cl
   700
C ≡ C
2.143
C = O
1.715

Ligação
Frequência (cm-1)
O – H

4.000 – 3.000
N – H
C – H

C ≡ C
3.000 – 2.000
C ≡ N

C = C
2.000 – 1.500
C = O

C – O

1.500 – 1.000
C – F
C – Cl

Ligação
Frequência (cm-1)
O – H    sem ligação de hidrogênio
3.600      (curva com pico no 3.600)
O – H    com ligação de hidrogênio
3.500 – 3.000   (curva larga nesse intervalo)
NH
3.300
NH2
3.300 – 3.400
C – H em um alquino
3.300

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